terça-feira, 28 de dezembro de 2010

MINHA TERRA NÃO É PÓ. MEU OURO É O BARRO, ONDE PISO ONDE PLANTO.

Por Gustavo Costa

Realmente falar de terra com o sentido de território, ou melhor, com o sentido de latifúndio é muito difícil, principalmente em Mato Grosso do Sul. Fato é que movimentos sociais tal como o MST e a questão dos territórios indígenas por aqui (MS) são criminalizados pela população de maneira assustadora, uma população que fascinada com o estilo de vida de fazendeiros, deixam de lado o sentimento de bondade e até de compreensão com os povos que lutam por um pedaço de terra na zona rural.
            Na verdade como disse em um texto anterior a música desperta sim potencialidades e não posso negar que aqui ela despertou e muitas! Ouvindo a música do grupo Brô Mc’s – Tupã – a frase do título deste texto saltou das caixas de som e me despertou todas essas questões: o sentido de terra para o indígena; a terra de quem na verdade não tem terra alguma; a terra improdutiva; as grandes - imensas – áreas de terra onde estão o agronegócio e a pecuária; e a terrinha do pequeno produtor.
            São assuntos muito instigantes, afinal Mato Grosso do Sul vive um período onde o agronegócio juntamente com a figura do latifúndio além de destruir o meio ambiente lindo do nosso cerrado ele também esta conseguindo destruir e cometer uma das maiores catástrofes da história com os povos Guarani/Kaiowá. Essa cena lamentável que falo esta acontecendo no município de Paranhos, sul do estado com o tekohá Ypoí. Uma espécie de seqüestro dos indígenas nessa região. Noticias como essa podemos acompanhar em sites de organizações que lutam a favor dos direitos dos povos indígenas como o CIMI: http://cimi.org.br/
Palavras de Egon Heck sintetizam o que eu falo por aqui:
“O agronegócio vai de vento em popa em Mato Grosso do Sul. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) garante o pé no acelerador. As máquinas se reproduzem rapidamente e são cada vez mais potentes e eficientes. Enormes estruturas de ferro e cimento brotam do chão vermelho e em pouco tempo vão cuspindo fumaça, símbolo do progresso. O etanol jorra como o bom vinho nas festas de núpcias do governo estadual e federal. As toneladas de venenos matam sem piedade todas as ervas indesejadas e as múltiplas formas de vida e microorganismos do solo. Parte dele talvez alcance o Aqüífero Guarani, no ventre da mãe terra. Pequenas resistências e vozes incômodas, como a dos indígenas, quilombolas, sem terra e ambientalistas, entre outros, vão aos poucos sendo silenciadas pelo ronco das máquinas ou o silêncio bem pago.” (http://cimi.org.br/?system=news&action=read&id=5218&eid=352 )

            Bom é com as palavras de Egon que encerro os textos deste ano aqui no blog. Palavras que a cada leitura, a cada texto só nos dão mais força e mais vontade de lutar pela causa indígena!  

Um comentário:

  1. um dia eu ouvi uma frase e mexeu muito comigo:alguns são os donos do terra e outro pertence a ela.

    ResponderExcluir